quarta-feira, novembro 16, 2005

Complexo de Édipo


Freud introduziu o conceito do Complexo de Édipo como forma de explicar a evolução da sexualidade humana, mas fez mais do que isso, introduziu a sexualidade infantil.
Em primeiro lugar, convêm distinguir a sexualidade infantil da sexualidade adulta, não são iguais mas complementares. Para a psicanálise, existem grandes diferenças entre estas duas formas de sexualidade. Enquanto que a infantil refere-se a processos de evolução e maturação psicológica, a adulta refere-se aos actos sexuais em si e tudo aquilo que os envolve.
Uma criança quando nasce pertence a um determinado género, masculino ou feminino, que está determinado biologicamente e é facilmente reconhecido por quem a rodeia. Mas para a criança as coisas não são assim tão claras. O desenvolvimento mental, bem como o biológico, permite à criança compreender o seu lugar entre os seus iguais e os que lhe são diferentes. O contacto futuro com o sexo oposto é baseado nas suas aprendizagens enquanto criança, para que tal seja normal tem que passar por várias etapas de evolução da satisfação pessoal. É aqui que reside a chave da sexualidade infantil. O ser humano sente coisas prazerosas, que não têm necessariamente conteúdo sexual, no contacto que mantém com os outros e é assim que desenvolve a sexualidade da idade adulta.
O Complexo de Édipo surge entre os 5 e os 7 anos e é característico do fim de um dos períodos de desenvolvimento da sexualidade infantil. Está directamente relacionado com o contacto com a mãe, que ocupa o lugar de destaque no dia a dia da criança sendo a responsável por fornecer tudo aquilo de que ela necessita. Quando a criança chega a esta idade, já percebe que para além da mãe também existe um pai e que este ocupa um lugar importante junto dela. A muito custo a criança percebe que existem mais variáveis na equação familiar.
A criança, ou neste caso o rapaz, percebe que tem que modificar a sua forma de estar com a mãe, tem que respeitar a presença de um homem maior e mais forte a quem a mãe dá um certo poder e a quem deve obedecer sob pena de ser castigado. O filho tenta então assemelhar-se ao pai, perdendo a competição com o pai e tentando chegar aos seus calcanhares.
O Complexo de Édipo é um conflito interno da criança, com origem na incapacidade de amar a mãe da mesma forma que o fez até aquele momento e que desencadeia um confronto com a concorrência - o pai – lutando pela atenção da mãe. Quando finalmente percebe que tem que deixar a mãe para o pai e, que este também é importante para o seu crescimento, deixa que ele assuma um papel importante, a função de introdução da lei e da regra e o contacto com a sociedade. A criança pode então evoluir, tornando-se mais independente da mãe e do pai, elaborando os diversos aspectos da sexualidade infantil e posteriormente da adulta.
Para as meninas, o objecto alvo da atenção deixa de ser a mãe, para passar a ser o pai. Entra forçosamente em competição com a mãe pela atenção do pai e este, mantém as características de introdução de regra e limites.
O Complexo de Édipo é necessário porque permite à criança viver saudavelmente, mesmo que para isso tenha que sofrer restrições e algumas frustrações.

1 comentário:

UNIVERSO PÚBLICO disse...

Objetivo é claro.

Obrigado pelo esclarecimento. Na construção de uma monografia toda informação é válida. No entanto o seu discusso está paltado no modelo familiar nuclear. Comum às classe média. No entanto pretendo estudar o complexo de edipo aplicando-o às classe perifericas da nossa sociedade no hambito da educação entendendo a sexualidade como pilar para a nossa organização. Ainda não sei se será possivel. Estou levantando material bibliografico ainda. Se puderem me ajudar agradecerei. meu e-mail é edson.ares@hotmail.com

Vlw