Em 5 de Outubro de 1910 é implantada a República Portuguesa presidida por Teófilo Braga.
Em 1911 é feita a Constituíção da República Portuguesa onde, pela primeira vez o povo português tem direito ao poder de voto. Nesta Constituíção é estabelecido que qualquer cidadão português, a partir dos 21 anos, chefe de família e que saiba ler e escrever tem direito ao voto, não referindo as mulheres.
Mas esta Constituíção dependia do Código Cívil, que foi implantado em 1867, onde a mulher era discriminada não tendo quaisquer direitos, e quando se realizaram as primeiras eleições uma mulher, de seu nome Carolina Beatriz Ângelo, foi a primeira e também única a votar. A sua comparência não foi bem aceite o que levou a uma alteração na Constituíção na qual nenhuma mulher tinha o direito ao voto.
Com o final da I Guerra Mundial houve uma crise parlamentarista e a situção do Governo não era a melhor tendo levado a um golpe militar, durante 1926, que estabeleceu em Portugal um regime ditaturial conhecido como Estado Novo.
Em 1933 Salazar sobe ao poder e a partir desse momento a vida dos portugueses toma um novo rumo. É formada uma polícia política conhecida como a PIDE (Polícia Intrenacional de Defesa do Estado) que tem como função estabelecer a ordem pública, a perseguição a todos aqueles que iam contra o regima Salazarista.
Portugal vivia sem Liberdade, sem Paz, vivia envolta de uma enorme censura, existiam presos políticos e quem não estivesse de acordo com esta ditadura seria preso e existem até testemunhos de pessoas que sofreram torturas.
A mulher vivia sobre a alçada do marido, era este que decidia o seu destino, era o chefe de família e tudo o que tivesse em seu nome, mesmo antes do casamento, pertencia ao homem.Por exemplo: se a mulher escrevesse um livro este não poderia ser editado em seu nome mas sim do marido. Em caso de adultério a mulher seria penalizada com 3 a 8 anos de prisão, já o homem seria apenas penalizado com 3 meses de multa mas apenas se fosse provado tal adultério, ou seja, se o homem mantivesse a amante na mesma habitação que a mulher. O divórcio era impensável tendo a mulher que aturar estas e muitas outras situações que nos tempos de hoje são impensáveis.
O cinema, teatro, televisão ou jornais,etc, eram todos sujeitos a censura, tudo era previamente revisto pelos conhecidos «homens do lápis azul». Só passaria para público aquilo que achariam correcto para a moral, ou seja, tudo aquilo que não suscitasse dúvidas, curiosidade...
Tudo girava em torno de Deus, Pátria e Família e o povo era levado a crer que tudo estava sob controle, nem sequer tinham conhecimento do que era uma ditadura pois, nem na escola nem através das notícias tinham conhecimento daquilo que se passava nos outros países. Até durante a guerra colonial que se realizou em Angola, Guiné e Moçambique, o povo era levado a crer que os jovens militares viviam em plena harmonia, como se estivessem de férias; nada do que se passava na realidade era levado a público.
Metade da população viviam sem água canalizada ou electricidade, nem todos tinham a possibilidade de ir á escola ou não tinham posses para continuar, por isso, mais de metade da população era analfabéta. Não era permitido haver grupos de mais de três pessoas a conversar na rua, era proíbido usar isqueiro sem autorização para tal e até para andar de bicicleta era necessária carta de condução.
A actriz Carmen Dolores relembra que ia realizar uma peça de Teatro em que tinha o papel de uma mulher casada que se apaixonava por um jovem; esta peça foi censurada e o seu papel passou para uma viúva que se apaixona novamente pois poderia ferir a moralidade pública.
Muitos filmes, livros, etc, foram cesurados sem nunca terem sido reconhecidos e haviam até artistas que temiam os chamados "bufos" que os denunciavam á PIDE. A situação do povo era tão crítica que haviam muitas pessoas que faziam denúncias em troca de dinheiro para comer.
Os militares viviam de tal forma revoltados com esta situação que criaram o Movimento da Forças Armadas, para mandar abaixo o Governo, que após a morte de Salazar era presidido por Américo Tomás e como presidente de Concelho Marcelo Caetano.
No dia 25 de Abril de 1974 pelas 00:30h passa na rádio "Grândula Vila Morena" cantada por José Afonso como sinal de revolta, como sinal que o M.F.A estava preparado para a revolução.
Pelas 13:30h o M.F.A, chefiada pelo militar Fernando Salgueiro Maia cerca o quartel do Carmo onde se encontra barricado Marcelo Caetano e os seus ministros. O povo é alertado para se manter em casa mas estes, fartos de viver no sofrimento e cheios de curiosidade, enchem as ruas, e as floristas que se encontravam na baixa colocavam cravos nas armas dos militares.
Marcelo Caetano exige a presença do General Spínola no quartel e ás 19:30h rende-se.
Não foi necessária violência apenas agentes da PIDE dispararam entre a multidão havendo cerca de quatro mortos e cinquenta e sete feridos.
Após o 25 de Abril de 1974 nasce a Liberdade e a Paz em Portugal, nasce a Democracia que é a maior joía que existe no nosso país, foi por isso que os nossos antepassados sofreram e foi pela Liberdade que lutaram.
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