quarta-feira, abril 04, 2007

Luta pela independência de Timor Leste


O conflito armado em Timor Leste teve início em 1975, em consequência da invasão da Indonésia, apesar de, desde 1945, o governo indonésio, em obediência ao Direito Internacional, afirmar à ONU e a outras instituições não ter qualquer reivindicação territorial sobre Timor Oriental.Em 1960 Timor Leste foi considerado pelas Nações Unidas como um território não autónomo sob administração portuguesa. Após a Revolução de 25 de Abril de 1974 em Portugal, as colónias portuguesas ficaram independentes, e o mesmo se pensaria acontecer com Timor Oriental. Surgiram três partidos políticos em Timor Leste, a União Democrática Timorense (UDT), a Associação para a Integração de Timor na Indonésia (primeiramente apelidada AITI e mais tarde denominada APODETI) e a Frente de Libertação de Timor Leste (FRETILIN). Em 1975, o desentendimento entre os diferentes partidos políticos agravou-se e começou a guerra civil. Impotente perante os factos, a administração portuguesa abandonou Timor e, em 28 de Novembro de 1975, a FRETILIN declarou a independência da República Democrática de Timor Leste. Dez dias depois a Indonésia invadiu o território.Depois da ocupação do território, organizou-se a resistência maubere, que se instalou nas montanhas de Timor, liderada por Xanana Gusmão.A 12 de Novembro de 1991 deu-se o massacre de Santa Cruz, cujas imagens foram filmadas e divulgadas pelo mundo todo. Durante uma manifestação a favor da independência de Timor Leste as forças de segurança indonésia abriram fogo contra civis desarmados, causando a morte de cerca de 250 timorenses. Em Novembro do ano seguinte, Xanana Gusmão foi capturado e enviado para Cipinang, a prisão indonésia de mais alta segurança. Estes acontecimentos foram decisivos para a tomada de consciência do genocídio e da fome causados por duas décadas de ocupação indonésia, há muito denunciados pela Diocese de Díli. O general Suharto manteve-se no poder até 1998, altura em que foi substituído pelo então vice-presidente Habibie. Com este novo líder o regime começou a dar sinais de abertura, e Habibie admitiu a realização de um referendo em Timor Leste, a 30 de Agosto de 1999, para que o povo pudessse optar entre a integração ou a autonomia.No início de 1999, Xanana Gusmão passou para prisão domiciliária, vindo a ser libertado no início de Setembro desse mesmo ano, dias após o referendo sobre a autodeterminação do povo timorense,Os conflitos internos continuaram, com a organização de milícias pró-integracionistas, cujo objectivo era intimidar a população para que o seu sentido de voto no referendo fosse de recusar a autodeterminação. Em Maio de 1999 foram enviados para Timor os representantes das Nações Unidas, para fazer a observação da situação maubere e em Junho iniciaram a preparação do referendo que se realizou a 30 de Agosto de 1999. No dia 4 de Setembro, a comissão da ONU anunciou os resultados do referendo, que foram de 78,5% de votos a favor da independência de Timor Leste. Este resultado provocou uma reacção violenta por parte das milícias pró-integração. Seguiu-se um período de violência contra a população timorense, logo condenada pela Comunidade Internacional.No dia 15 de Setembro, o Conselho de Segurança das Nações Unidas adoptou a Resolução 1264 (1999), na qual condenou todos os actos de violência perpetrados em Timor Leste e apelou ao seu fim, exigindo que os responsáveis fossem apresentados à justiça; reconheceu a necessidade de assistência humanitária para os refugiados de Timor Leste; autorizou uma força multinacional para restaurar a paz, que entrou no território no dia 19 de Setembro de 1999, e responsabilizou as autoridades indonésias pela segurança do regresso dos refugiados timorenses.
(Pesquisado na Diciopédia 2005)








[Sónia, acrescentei este vídeo porque acho que vale a pena ver :)) Ana N.]







A destruição da cultura portuguesa no Timor Leste durante os anos da sangrenta ocupação indonésia. Este documentário foi filmado em 16mm clandestinamente entre os anos de 1997 e 1998. A trilha é composta de canções cívicas indonésias cantadas por crianças timorenses e de uma entrevista com um membro da guerrilha que lutou pela independência do Timor.
The portuguese culture´s destruction in East
Timor under Soharto´s domination. Twenty five years without speaking portuguese. Told by a local unsurgent and by indonesia songs by children from Timor.
Dir. André Bechelane - 2003

8 comentários:

Ana Maria Neves disse...

No dia 12 de Setembro de 1999 eu era uma só pessoa entre os milhares de portugueses e timorenses que se manifestaram frente à Embaixada da Indonésia em Madris, já que POrtugal e a Indonésia não mantinham relações diplomáticas. O caso de Timor é um bom exemplo do grande poder da opinião (e pressão) pública.
Já agora deixo este site: http://lusotopia.no.sapo.pt/indexTMCronolog.html e a propósito da ilha em formato de crocodilo, a lenda: http://lusotopia.no.sapo.pt/indexTMLenda.html

sónia disse...

Essa é mais uma das razões porque a ademiro e respeito!É uma boa formadora e, acima de tudo, é excelente como pessoa!E isto não é graxa, estamos fora de aulas por isso posso dizer o k penso :-)
Obrigado pelos sites, de certeza k me vai interessar!

Ana Maria Neves disse...

Sónia, corei :D. Olhe, acrescentei um videozito ao seu post. Espero que não leve a mal :))

sónia disse...

É claro k não levo a mal,gostei mt.Só é triste k apesar de imagens como estas, e umas bem piores, circularem o mundo se continuem a ignorar os problemas!É triste ver k o homem continua a destruir o mundo e a si próprio por pura ganância, ambição, cínismo... :-(

Ana Maria Neves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Maria Neves disse...

Sónia... no youtube há imagens verdeiramente horríveis que escolhi não colocar. Estas até são bem bonitas :)
Quanto ao resto, acho que não vale apena ter ilusões; agora o sonho nunca fez mal mal a ninguém e é isso que nos impulsiona. Depois a indiferença sempre me assustou...

Anónimo disse...

sei que estas como muitas mais images que passaram nas televisões nossas e de todo o mundo chocaram penso que mais os portugueses sendo os colonizadores deste povo mas nós saindo a Indonésia entrou a força e foram masacardos e torturados pelos indonésios enfim neste momento tudo já acabou mas a ainda muito a fazer pelo o mundo inteiro

André Bechelane disse...

Como autor deste documentário, gostaria muito de saber a situação atual do Timor, pois muito se passou e ninguém toca mais no assunto. Sabemos que há muito para ser feito naquele pequeno país e o principal me parece ser a recuperação da cultura timorense e a pacificação de seu povo sofrido.