quarta-feira, abril 04, 2007

Xanana Gusmão


Político timorense, José Alexandre Gusmão, também conhecido como Kay Rala Xanana Gusmão, líder da Resistência Maubere contra a invasão de 7 de Dezembro de 1975, e contra a ocupação militar e repressão do povo de Timor Leste pela Indonésia, nasceu na costa norte de Timor Leste em Junho de 1946.Em 1975 entrou para a Frente Revolucionária de Timor Leste Independente (FRETILIN). Ainda nesse ano, depois da invasão da Indonésia a 7 de Dezembro, passou para a clandestinidade. Os anos que se seguiram dizimaram as forças da FRETILIN. Xanana iniciou, então, a reorganização da Resistência timorense, sendo em 1981 nomeado comandante das FALINTIL. A sua palavra de ordem, Pátria ou morte, tornou-se o lema da Resistência timorense.Em 1988 foi criado o CNRM, Conselho Nacional de Resistência Maubere, que resultou da política, concebida por Xanana, de união de forças de todos os partidos e grupos que lutavam pela liberdade em Timor Leste.Na madrugada de 20 de Novembro de 1992 foi detido por soldados indonésios numa casa clandestina em Díli, capital de Timor. Foi condenado a prisão perpétua, sendo a pena, pouco tempo depois, diminuída para 20 anos. Com a sua prisão, Xanana tornou-se a grande referência dos timorenses que lutam pela independência e liberdade. A sua história confunde-se com a da resistência timorense e, segundo o ex-Presidente da República portuguesa, Mário Soares, é uma história de sofrimento, de coragem, de fidelidade às raízes e de afirmação nacional. Após vários conflitos e pressões internacionais e após a saída do general Suharto do governo Indonésio, substituído pelo então vice-presidente Habibie, o regime começou a ser mais flexível. Xanana Gusmão saíu de Cipinang e passou para prisão domiciliária. A 7 de Setembro de 1999, após o referendo de 30 de Agosto de 1999, cujo resultado foi favorável à independência do território, Xanana foi posto em liberdade por amnistia.Em Abril de 1999 foi doutorado Honoris Causa em Relacões Internacionais pela Universidade Lusíada e em 2001 recebeu, juntamente com D. Ximenes Belo e José Ramos-Horta, o título de doutor Honoris Causa pela faculdade de Letras da Universidade do Porto. Ainda nesse ano, o Parlamento Europeu concedeu-lhe o Prémio Sakharov, como mérito da sua luta contra a injustiça e pela defesa dos direitos humanos. Em Abril de 2001, Xanana demitiu-se do Conselho Nacional de Resistência Timorense, órgão consultivo que foi extinto em Junho do mesmo ano. Nas eleições presidenciais realizadas no território a 14 de Abril de 2002, foi eleito presidente da República de Timor Leste, o primeiro após o período de ocupação indonésia e o período de transição sob administração provisória da ONU.
(Pesquisado na Diciopédia 2005)

4 comentários:

Ana Maria Neves disse...

Entretanto Xanana Gusmão já anunciou que não irá recandidatar-se às próximas eleições presidênciais. Diz-se por aí que o próximo objectivo de Xanana é chegar ao cargo de 1º ministro. O sistema timorense é idêntico ao português, sendo os poderes do Presidente muito limitados. Assim, o 1º ministro e o governo, detendo o poder legislativo têm mais manobra de actuação.
Vamos ver o que acontece... Para já a situação em Timor não é famosa e cada vez se vai assemelhando mais a uma situação de guerra civil.

antonio josé disse...

Mais de um ano após o comentário acima era bem verdade que a opção de "emparedar" o à altura presidente Xanana se deve exclusivamente áqueles que pretendiam que tal personagem se mantive sem poder de movimentos para melhor poderem exercer o seu poder.

Acontece que Xanana deu exemplos ao longo da sua história sobre essa matéria de o tentarem silenciar. Sempre teve uma estratégia que só se compreendia posteriormente.

No final dos anos 80, com Timor-Leste completamente isolado, é ele que muda a estratégia de actuação passando o comando da Luta de Libertação para dentro do terreno... pois os que na diáspora estavam não se entendiam e pior, em nada estavam a ajudar a Luta...

É ele que, mesmo depois de encarcerado pelos ocupantes, lidera a estratégia da Luta de Libertação.

Foi ele que disse a um jornalista português em entrevista (censurada), no cárcere, ... que estava consciente da situação. Muita gente não o compreendeu como ainda hoje o não compreendem e atacam.

"Emparedado" por uma Constituição que foi feita para essa mesma medida, Xanana obviamente não se ía calar. E fez mais. Vendo os destinos do país sob controle de um único partido e após diversos alertas ao longo da governação de Mari Alkatiri, Xanana uma vez mais decide não deixar continuar o jogo mono-partidário e perto das eleições legislativas de 2007 forma um novo partido (CNRT).

Como muito bem diz Ana Neves, "... o 1º ministro e o governo, detendo o poder legislativo têm mais manobra de actuação." Certamente não se esqueceu que isso foi o que aconteceu no reinado de Mari. É evidente que tem mais poder e ainda bem e ainda bem que é ele o PM de Timor-Leste!

Libertada a Pátria, liberte-se o Povo!

Neste momento a situação em Timor-Leste em termos de segurança não tem nada a ver com o passado recente. Tentativas de decapitação das figuras de topo do Estado Timorense foram tentadas quer sob a forma de pressão política, quer sobre a forma concreta de atentados no passado mês de Fevereiro.

Uma vez mais aqueles que querem à viva força eliminar aqueles que lhes fazem frente, falharam felizmente. Os problemas que deram origem à crise de 2006, estão a ser solucionados. Durante o reinado de Mari Alkatiri os alertas para resolver problemas foram mais que muitos, deles nada se resolveu, rebentou.

A vitória esmagadora de Ramos Horta nas presidenciais de 2007 e a saída nas legislativas para uma solução de estabilidade foram encontradas pelos líderes timorenses. O partido mais votado não concordou, já era hábito não concordar com as opções de Xanana. A história tem barbas...

O trabalho que está a ser feito tem sido constantemente criticado por aqueles que tendo sido o partido mais votado, não conseguiram arregimentar à sua volta as forças democráticas necessárias a uma maioria. Foram partidos menos votados que se juntaram para formarem governo, maioritário, legal e Constitucional. Nunca aceitaram os resultados. Mera pressão política desde o primeiro momento. Ramos Horta ou Xanana nunca a eles se ouviu dizer antes, mal do Governo do seu país. Dificuldades havia mas nada que se compare com o achincalhar constante por parte de líderes da Fretilin em relação a Xanana.

Os resultados do IV Governo Constitucional podem ser consultados facilmente. O resto é mera luta política. Timor-Leste está a resolver calmamente os problemas que deveriam estar resolvidos e a consolidar o Estado de Direito. Para isso TODOS deveriam estar a trabalhar...

Quem clamou por guerra civil vê que não interessa a ninguém que tal aconteça... esperemos que os políticos da oposição se comportem à altura dos líderes que têm e que não apelem à instabilidade, como alguns fizeram questão de frisar.

Força Timor-Leste!

Faz hoje 9 anos que Xanana foi libertado pelos indonésios... há 9 anos em Lisboa junto da delegação da ONU um mar de gente decidida clamava por uma intervenção da ONU que chegaria a Timor-Leste a 20 de Setembro de 1999.

Parece que há muita gente que se esquece daqueles que sempre lutaram pelo Seu Povo! Indiscutivelmente Xanana é um deles!

Lembram-se certamente do dia 8 de Setembro de 1999... foi Portugal que parou num momento de "desobediência civil" por Timor-Leste... faz também 9 anos amanhã.

VIVA KAY RALA XANANA GUSMÃO!

Ana Maria Neves disse...

Olá António,

Muito obrigada pelo seu comentário oportuno, neste blogue que já foi e ainda é dos meus jovens (ex) alunos.

Também eu parei há 9 anos ;)

Também eu estive em Madrid à porta da embaixada da Indonésia. Foi em Madrid que recebi a notícia do renascimento de Timor para o povo Timorense, pelo qual tenho o maior respeito e admiração.

antonio josé disse...

Obrigado Ana Neves pela sua atenção e desculpe alguma extensão e palavras deixadas neste vosso blog que encontrei apenas por consulta na net com as simples palavras: 7 de Setembro de 1999 Xanana, nunca antes o havia detectado.

Ainda bem que parámos por Timor-Leste ;)

Esse seu respeito e admiração pelo povo timorense partilho-o aqui bem do fundo também.

Eu não fui a Madrid mas os meus amigos foram e foi um dos actos de protesto além-fronteiras como certamente não há igual para nós! São experiências quase únicas.

Já agora deixo-vos o rasto para um blog que tem alguma informação sobre Timor-Leste. Podemos e devemos continuar a ajudar. E não é tão complicado quanto nos possa parecer. Há um apelo para o envio de livros/dicionários no seguinte link:
http://umalulik.blogspot.com/2008/08/agradece-se-colaborao-dicionrios-para.html

abraços