quarta-feira, abril 25, 2007

Ao Emanuel: "Vivemos livres numa prisão"

Olá a todos!

O Emanuel publicou num comentário a um dos posts a seguinte reflexão:

"Será que somos verdadeiramente livres após o 25 de Abril? Será que o 25 de Abril deu-nos uma verdadeira liberdade? Penso que o 25 se Abril deu-nos liberdade em algumas coisas mas em outras temos cada vez menos poder de escolha. "

Emanuel
Resolvi publicar em lugar visível este comentário e desta forma abrir a discussão a quem estiver interessado em comentar, apesar de saber que por estarem em estágio (durante mais um mês, verdade?) talvez não passem por aqui tão frequentemente...

quarta-feira, abril 11, 2007

José Ramos-Horta




Porta-voz internacional da causa de Timor Leste, José Ramos-Horta nasceu a 26 de Dezembro de 1949, em Timor. Incansável embaixador da causa timorense desde 1975, aos 46 anos, foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, juntamente com D. Carlos Ximenes Belo, outro defensor dos direitos-humanos e da autodeterminação do povo de Timor Leste.Em 1974 fundou a ASDT, Associação Social-Democrata Timorense, que pouco tempo depois passaria a FRETILIN, onde desempenhou a função de Secretário para Relações Externas e Informação. No ano seguinte, durante o breve período de independência de Timor Leste, declarada unilateralmente pela FRETILIN, foi Ministro das Relações Externas e Informação. A 7 de Dezembro de 1975, o dia da invasão de Timor Leste pela Indonésia, Ramos-Horta não se encontrava em Díli. Saíra dias antes do território com destino a Nova Iorque para representar nas Nações Unidas a FRETILIN. Foi o mais jovem diplomata que alguma vez discursou no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Durante os 10 anos que se seguiram Ramos-Horta foi o representante permanente da FRETILIN na ONU. Quando Xanana Gusmão reorganizou a componente armada da Resistência em 1978, Ramos-Horta passou a ser o homem de confiança no exterior. De 1991 a 1998 foi o representante do CNRM (Conselho Nacional de Resistência Maubere) e em 1998 passou a vice-presidente do CNRT (Conselho Nacional de Resistência Timorense). Após a prisão de Xanana Gusmão, presidente do CNRT, em 1992, Ramos-Horta tornou-se seu representante.Durante os seus anos de exílio, Ramos-Horta divulgou o caso de Timor Leste nos mais altos tribunais e instituições internacionais. Em 1992 apresentou perante o Parlamento Europeu um plano do CNRM para a paz em Timor Leste, onde se previa um processo faseado de transição para a autodeterminação do povo timorense. Em Outubro de 2000 foi-lhe atribuído o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de transição em Timor Leste. A tomada de posse para o cargo foi presidida por Sérgio Vieira de Mello, administrador transitório das Nações Unidas em Timor Leste.Desde 1976 José Ramos-Horta dedicou-se ao estudo de áreas relacionadas com os Direitos Humanos, Relações Internacionais e diplomacia, tendo frequentado diversas universidade nos Estados Unidos, em França, na Grã-Bretanha e na Austrália. Em 1990 foi viver para a Austrália, onde passou a dirigir o Centro de Formação Diplomática na Universidade de Nova Gales do Sul, em Sidney, leccionando o Sistema das Nações Unidas e Direitos Humanos.Em 2001 recebeu, juntamente com Alexandre (Xanana) Gusmão e D. Ximenes Belo, o título de Doutor Honoris Causa pela faculdade de Letras da Universidade do Porto.


(Pesquisa feita na Diciopédia 2005)

quarta-feira, abril 04, 2007

Desejo uma pascoa feliz e muito doce para todos!!!!Espero que o estagio corra bem para todos!

Xanana Gusmão


Político timorense, José Alexandre Gusmão, também conhecido como Kay Rala Xanana Gusmão, líder da Resistência Maubere contra a invasão de 7 de Dezembro de 1975, e contra a ocupação militar e repressão do povo de Timor Leste pela Indonésia, nasceu na costa norte de Timor Leste em Junho de 1946.Em 1975 entrou para a Frente Revolucionária de Timor Leste Independente (FRETILIN). Ainda nesse ano, depois da invasão da Indonésia a 7 de Dezembro, passou para a clandestinidade. Os anos que se seguiram dizimaram as forças da FRETILIN. Xanana iniciou, então, a reorganização da Resistência timorense, sendo em 1981 nomeado comandante das FALINTIL. A sua palavra de ordem, Pátria ou morte, tornou-se o lema da Resistência timorense.Em 1988 foi criado o CNRM, Conselho Nacional de Resistência Maubere, que resultou da política, concebida por Xanana, de união de forças de todos os partidos e grupos que lutavam pela liberdade em Timor Leste.Na madrugada de 20 de Novembro de 1992 foi detido por soldados indonésios numa casa clandestina em Díli, capital de Timor. Foi condenado a prisão perpétua, sendo a pena, pouco tempo depois, diminuída para 20 anos. Com a sua prisão, Xanana tornou-se a grande referência dos timorenses que lutam pela independência e liberdade. A sua história confunde-se com a da resistência timorense e, segundo o ex-Presidente da República portuguesa, Mário Soares, é uma história de sofrimento, de coragem, de fidelidade às raízes e de afirmação nacional. Após vários conflitos e pressões internacionais e após a saída do general Suharto do governo Indonésio, substituído pelo então vice-presidente Habibie, o regime começou a ser mais flexível. Xanana Gusmão saíu de Cipinang e passou para prisão domiciliária. A 7 de Setembro de 1999, após o referendo de 30 de Agosto de 1999, cujo resultado foi favorável à independência do território, Xanana foi posto em liberdade por amnistia.Em Abril de 1999 foi doutorado Honoris Causa em Relacões Internacionais pela Universidade Lusíada e em 2001 recebeu, juntamente com D. Ximenes Belo e José Ramos-Horta, o título de doutor Honoris Causa pela faculdade de Letras da Universidade do Porto. Ainda nesse ano, o Parlamento Europeu concedeu-lhe o Prémio Sakharov, como mérito da sua luta contra a injustiça e pela defesa dos direitos humanos. Em Abril de 2001, Xanana demitiu-se do Conselho Nacional de Resistência Timorense, órgão consultivo que foi extinto em Junho do mesmo ano. Nas eleições presidenciais realizadas no território a 14 de Abril de 2002, foi eleito presidente da República de Timor Leste, o primeiro após o período de ocupação indonésia e o período de transição sob administração provisória da ONU.
(Pesquisado na Diciopédia 2005)

Luta pela independência de Timor Leste


O conflito armado em Timor Leste teve início em 1975, em consequência da invasão da Indonésia, apesar de, desde 1945, o governo indonésio, em obediência ao Direito Internacional, afirmar à ONU e a outras instituições não ter qualquer reivindicação territorial sobre Timor Oriental.Em 1960 Timor Leste foi considerado pelas Nações Unidas como um território não autónomo sob administração portuguesa. Após a Revolução de 25 de Abril de 1974 em Portugal, as colónias portuguesas ficaram independentes, e o mesmo se pensaria acontecer com Timor Oriental. Surgiram três partidos políticos em Timor Leste, a União Democrática Timorense (UDT), a Associação para a Integração de Timor na Indonésia (primeiramente apelidada AITI e mais tarde denominada APODETI) e a Frente de Libertação de Timor Leste (FRETILIN). Em 1975, o desentendimento entre os diferentes partidos políticos agravou-se e começou a guerra civil. Impotente perante os factos, a administração portuguesa abandonou Timor e, em 28 de Novembro de 1975, a FRETILIN declarou a independência da República Democrática de Timor Leste. Dez dias depois a Indonésia invadiu o território.Depois da ocupação do território, organizou-se a resistência maubere, que se instalou nas montanhas de Timor, liderada por Xanana Gusmão.A 12 de Novembro de 1991 deu-se o massacre de Santa Cruz, cujas imagens foram filmadas e divulgadas pelo mundo todo. Durante uma manifestação a favor da independência de Timor Leste as forças de segurança indonésia abriram fogo contra civis desarmados, causando a morte de cerca de 250 timorenses. Em Novembro do ano seguinte, Xanana Gusmão foi capturado e enviado para Cipinang, a prisão indonésia de mais alta segurança. Estes acontecimentos foram decisivos para a tomada de consciência do genocídio e da fome causados por duas décadas de ocupação indonésia, há muito denunciados pela Diocese de Díli. O general Suharto manteve-se no poder até 1998, altura em que foi substituído pelo então vice-presidente Habibie. Com este novo líder o regime começou a dar sinais de abertura, e Habibie admitiu a realização de um referendo em Timor Leste, a 30 de Agosto de 1999, para que o povo pudessse optar entre a integração ou a autonomia.No início de 1999, Xanana Gusmão passou para prisão domiciliária, vindo a ser libertado no início de Setembro desse mesmo ano, dias após o referendo sobre a autodeterminação do povo timorense,Os conflitos internos continuaram, com a organização de milícias pró-integracionistas, cujo objectivo era intimidar a população para que o seu sentido de voto no referendo fosse de recusar a autodeterminação. Em Maio de 1999 foram enviados para Timor os representantes das Nações Unidas, para fazer a observação da situação maubere e em Junho iniciaram a preparação do referendo que se realizou a 30 de Agosto de 1999. No dia 4 de Setembro, a comissão da ONU anunciou os resultados do referendo, que foram de 78,5% de votos a favor da independência de Timor Leste. Este resultado provocou uma reacção violenta por parte das milícias pró-integração. Seguiu-se um período de violência contra a população timorense, logo condenada pela Comunidade Internacional.No dia 15 de Setembro, o Conselho de Segurança das Nações Unidas adoptou a Resolução 1264 (1999), na qual condenou todos os actos de violência perpetrados em Timor Leste e apelou ao seu fim, exigindo que os responsáveis fossem apresentados à justiça; reconheceu a necessidade de assistência humanitária para os refugiados de Timor Leste; autorizou uma força multinacional para restaurar a paz, que entrou no território no dia 19 de Setembro de 1999, e responsabilizou as autoridades indonésias pela segurança do regresso dos refugiados timorenses.
(Pesquisado na Diciopédia 2005)








[Sónia, acrescentei este vídeo porque acho que vale a pena ver :)) Ana N.]







A destruição da cultura portuguesa no Timor Leste durante os anos da sangrenta ocupação indonésia. Este documentário foi filmado em 16mm clandestinamente entre os anos de 1997 e 1998. A trilha é composta de canções cívicas indonésias cantadas por crianças timorenses e de uma entrevista com um membro da guerrilha que lutou pela independência do Timor.
The portuguese culture´s destruction in East
Timor under Soharto´s domination. Twenty five years without speaking portuguese. Told by a local unsurgent and by indonesia songs by children from Timor.
Dir. André Bechelane - 2003

Lenda do Folar da Páscoa


A lenda do folar da Páscoa é tão antiga que se desconhece a sua data de origem. Reza a lenda que, numa aldeia portuguesa, vivia uma jovem chamada Mariana que tinha como único desejo na vida o de casar cedo. Tanto rezou a Santa Catarina que a sua vontade se realizou e logo lhe surgiram dois pretendentes: um fidalgo rico e um lavrador pobre, ambos jovens e belos. A jovem voltou a pedir ajuda a Santa Catarina para fazer a escolha certa. Enquanto estava concentrada na sua oração, bateu à porta Amaro, o lavrador pobre, a pedir-lhe uma resposta e marcando-lhe como data limite o Domingo de Ramos. Passado pouco tempo, naquele mesmo dia, apareceu o fidalgo a pedir-lhe também uma decisão. Mariana não sabia o que fazer. Chegado o Domingo de Ramos, uma vizinha foi muito aflita avisar Mariana que o fidalgo e o lavrador se tinham encontrado a caminho da sua casa e que, naquele momento, travavam uma luta de morte. Mariana correu até ao lugar onde os dois se defrontavam e foi então que, depois de pedir ajuda a Santa Catarina, Mariana soltou o nome de Amaro, o lavrador pobre. Na véspera do Domingo de Páscoa, Mariana andava atormentada, porque lhe tinham dito que o fidalgo apareceria no dia do casamento para matar Amaro. Mariana rezou a Santa Catarina e a imagem da Santa sorriu-lhe. No dia seguinte, Mariana foi pôr flores no altar da Santa e, quando chegou a casa, verificou que, em cima da mesa, estava um grande bolo com ovos inteiros, rodeado de flores, as mesmas que Mariana tinha posto no altar. Correu para casa de Amaro, mas encontrou-o no caminho e este contou-lhe que também tinha recebido um bolo semelhante. Pensando ter sido ideia do fidalgo, dirigiram-se a sua casa para lhe agradecer, mas este também tinha recebido o mesmo tipo de bolo. Mariana ficou convencida de que tudo tinha sido obra de Santa Catarina. Inicialmente chamado de folore, o bolo veio, com o tempo, a ficar conhecido como folar e tornou-se numa tradição que celebra a amizade e a reconciliação. Durante as festividades cristãs da Páscoa, o afilhado costumam levar, no Domingo de Ramos, um ramo de violetas à madrinha de baptismo e esta, no Domingo de Páscoa, oferece-lhe em retribuição um folar.
(Pesquisado na Diciopédia 2005)

Como surgiu a Páscoa


O termo Páscoa deriva do aramaico Pasha, com um significado discutível: pode ser "saltar", originalmente em referência a uma dança ritual; mas também a passagem do sol pelo seu ponto mais alto numa determinada constelação. No livro do Êxodo, no Antigo Testamento o termo refere-se à noite em que Javé matou os primogénitos do Egipto e "saltou" as casas de Hebreus, cujas ombreiras e dintel das portas estavam pintadas com o sangue do cordeiro pascal. No entanto, para o Judaísmo a Páscoa comemora a libertação dos hebreus no Egipto através da passagem do Mar Vermelho, conduzidos por Moisés. Javé terá dito então a Moisés: "Aquele dia será para vós um memorial, e vós festejá-lo-eis como uma festa em honra ao Senhor. Ao longo das vossas gerações, a deveis festejar como uma lei perpétua". Até à libertação do Egipto, a Páscoa dos Hebreus era a festa dos cordeiros novos (com um ano), entre os pastores, e festa do pão novo, ou dos Ázimos, entre os agricultores. Por isso se dizia "comer a Páscoa". Só depois da escravidão no Egipto é que se tornou a festa da libertação e a anunciação da libertação futura, impregnada de Messianismo, o vector fundamental da religião judaica. A Páscoa cristã celebra a ressurreição de Jesus no domingo após o dia 14 de Nisan, data da Páscoa judaica: é pois a memória do sacrifício de Jesus na Cruz, uma nova vítima pascal e da sua vitória sobre a morte pela ressurreição. Simbolicamente, Cristo, apresentado como o cordeiro de Deus, representa a nova Páscoa, e é o pão novo, que purifica pelo seu sangue. Jesus, que era judeu, concilia assim as duas tradições judaicas do Antigo Testamento na sua pessoa, eixo central do Novo Testamento. Como a Paixão e morte de Jesus coincidiram com a Páscoa judaica, vários costumes e símbolos foram incorporados às tradições cristãs. Entre os cristãos, a Páscoa é comemorada no primeiro domingo após a lua cheia seguinte ao equinócio de Março (dia 21). É por isso uma data móvel, que pode ocorrer entre 22 de Março e 25 de Abril. É precedida de quarenta dias de Quaresma e da Semana da Paixão.No Ocidente a Páscoa tem perdido simbolismo, o que fez com que certos costumes desaparecessem. Mas entre os cristãos ortodoxos, por exemplo, existiram desde sempre costumes pascais próprios e exclusivos, como a saudação "Cristo ressuscitou", entre os russos, com a resposta "Ressuscitou realmente". Na Península Ibérica ainda subsistem costumes como o "enterro do Judas", hábito que a Igreja condenou e que consiste no "linchamento" simbólico de um boneco representando Judas em sábado de Aleluia. Em termos litúrgicos, os preparativos da vigília pascal entre os católicos subordinam-se a um esquema em que todos os simbolismos e temas pascais são gradualmente apresentados. Assim, logo em Novembro, começa-se a preparar os fiéis para a Páscoa, com instruções sobre os sacramentos, surgindo depois a Quaresma como uma forma de preparação . No domingo anterior à Páscoa, celebra-se os ramos, festa alusiva à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, ovacionado por uma turba de gente que alguns dias depois o haveria de condenar e ver crucificado como um criminoso. O sacrifício de Cristo na Cruz é recordado na sexta-feira da Paixão. Desde 1951, por ordem de Pio XII, a missa de sábado de Aleluia é celebrada à meia-noite, na passagem para o domingo da Ressurreição. Entre os cristãos protestantes, as celebrações da Páscoa têm particular incidência no sábado, ponto culminante de um conjunto de cerimónias religiosas iniciadas no domingo de ramos e que se prolongam por toda a semana.
(Pesquisado na Diciopédia 2005)